Imagine estar em um prédio comercial, e de repente o alarme de incêndio dispara. A fumaça começa a se espalhar, as pessoas se levantam assustadas e a única coisa entre o pânico e a segurança é uma sinalização de incêndio eficiente. É nesse momento que se percebe a importância desse detalhe que muitas vezes passa despercebido.
A sinalização de incêndio não é apenas uma exigência legal, mas uma necessidade prática que pode salvar vidas. Neste artigo, você vai entender como ela deve ser feita de forma correta, quais os tipos de placas e materiais usados, e o que diz a legislação brasileira sobre isso.
O que é a sinalização de incêndio?
A sinalização de incêndio é o conjunto de placas, símbolos e orientações visuais que têm o objetivo de indicar rotas de fuga, localização de equipamentos de combate ao fogo, alarmes e pontos de reunião em casos de evacuação.
Ela serve para orientar ocupantes de um ambiente a se dirigirem com rapidez e segurança para um local seguro durante situações de risco, especialmente em caso de incêndio.
Por que a sinalização de incêndio é essencial?
Não se trata apenas de colocar placas na parede. Quando feita de forma inadequada, a sinalização pode confundir, atrasar a evacuação e até causar acidentes. Por isso, uma sinalização eficiente precisa ser:
- Visível mesmo em ambientes escuros ou com fumaça
- Posicionada em locais estratégicos
- Compreensível mesmo para quem não conhece o prédio
- Durável e resistente ao tempo e à sujeira
Além disso, a ausência de sinalização ou seu uso incorreto pode gerar multas, interdições e responsabilização criminal em caso de tragédias.
O que diz a legislação sobre sinalização de incêndio?
A norma que regula a sinalização de segurança contra incêndio no Brasil é a NBR 13434, elaborada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Ela estabelece regras sobre:
- Cores padrão
- Formato das placas
- Tipos de símbolos
- Localização e altura de instalação
- Materiais utilizados
Além disso, o Corpo de Bombeiros de cada estado pode exigir complementações ou seguir regras locais. Por isso, é sempre importante consultar as exigências específicas de cada região.
Quais são os tipos de sinalização de incêndio?
Para funcionar corretamente, a sinalização de incêndio é dividida em cinco tipos principais:
1. Sinalização de emergência
É aquela que indica rotas de fuga e saídas de emergência. Normalmente é composta por placas com setas, palavras como “SAÍDA” e iluminação própria para continuar visível mesmo sem energia elétrica.
2. Sinalização de equipamentos
Serve para indicar onde estão os equipamentos como extintores, mangueiras, hidrantes, alarme manual, entre outros. São fundamentais para que qualquer pessoa consiga agir de forma rápida diante de um foco de incêndio.
3. Sinalização de orientação e salvamento
Essas placas ajudam no caminho até uma saída segura, com símbolos como escadas, direção para o térreo e locais de reunião externa.
4. Sinalização de proibição
Indicadas por placas de fundo vermelho com um símbolo de proibido (círculo vermelho e linha transversal), elas avisam sobre ações que não devem ser feitas, como “Não fume” ou “Não bloqueie”.
5. Sinalização de alerta
Informam sobre riscos presentes no ambiente, como “Risco de explosão”, “Inflamável” ou “Perigo: Alta voltagem”.
Cores e formatos padrão da sinalização
A padronização de cores e formatos evita confusões e facilita o entendimento rápido. Veja alguns exemplos:
- Vermelho: Usado para indicar equipamentos de combate ao fogo e proibição.
- Verde: Indica rotas de fuga e segurança.
- Amarelo: Alerta para perigos.
- Azul: Indica ações obrigatórias, como uso de EPI em áreas restritas.
Quanto ao formato:
- Círculos: normalmente para sinalizações de proibição ou obrigação.
- Retângulos e quadrados: para sinalizações de emergência e equipamentos.
Materiais utilizados nas placas de sinalização
As placas de sinalização precisam ser resistentes, fáceis de limpar e, principalmente, fotoluminescentes (brilham no escuro). Os materiais mais usados são:
- PVC expandido
- Poliestireno
- Alumínio composto
- Acrílico
Esses materiais garantem que as placas tenham boa durabilidade e visibilidade, mesmo em situações adversas.
Como é feita a instalação correta da sinalização?
Um erro comum é instalar as placas de forma aleatória. Uma sinalização eficaz exige planejamento. Veja o que considerar:
Altura de fixação
A altura padrão recomendada pela NBR é de 1,80m a 2,20m do piso, considerando a visualização ideal para a maioria das pessoas.
Distância entre placas
Em corredores longos, deve haver sinalizações visíveis a cada 15 metros, ou menos se houver obstáculos. O ideal é que a rota esteja sempre clara e contínua.
Iluminação
Em locais com pouca luz ou em que a energia possa ser desligada em emergências, é obrigatório que as placas sejam fotoluminescentes.
Posicionamento
As placas devem ser posicionadas em locais sem obstruções visuais. Isso inclui paredes limpas, sem objetos ou quadros ao redor.
Quais locais devem ter sinalização de incêndio?
A legislação brasileira exige sinalização de incêndio em diversos tipos de locais, como:
- Prédios comerciais
- Condomínios residenciais
- Indústrias
- Escolas e faculdades
- Hospitais e clínicas
- Teatros, cinemas e casas de shows
- Hotéis e pousadas
- Shoppings centers
Em qualquer lugar com circulação de pessoas, a sinalização é obrigatória.
Erros comuns na sinalização de incêndio
Muitos locais apresentam problemas sérios na sinalização e nem percebem. Entre os erros mais frequentes, estão:
- Placas escondidas atrás de portas ou móveis
- Placas em materiais não fotoluminescentes
- Informação incorreta ou confusa
- Sinalização apagada ou ilegível
- Falta de sinalização complementar em escadas e elevadores
Esses detalhes podem comprometer a segurança de todos no ambiente.
Como garantir uma sinalização realmente eficiente?
A melhor forma de garantir uma boa sinalização é contar com uma empresa especializada e fazer revisões regulares. Algumas dicas:
- Solicite avaliação de um engenheiro ou técnico em segurança do trabalho
- Exija que os materiais usados estejam de acordo com a NBR 13434
- Treine os funcionários para interpretar a sinalização corretamente
- Mantenha as placas sempre limpas e em bom estado
- Revise a sinalização após reformas, mudanças no layout ou novas normas
Existe fiscalização para a sinalização de incêndio?
Sim, e ela é feita principalmente pelo Corpo de Bombeiros. Durante as vistorias para emissão ou renovação do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), a equipe verifica se:
- A sinalização segue os padrões exigidos
- As placas estão visíveis e sem obstruções
- Há sinalização suficiente para guiar a evacuação
Caso haja irregularidades, o local pode receber um prazo para correção ou até ser interditado em casos mais graves.
A sinalização resolve tudo sozinha?
Apesar de essencial, a sinalização é apenas um dos pilares da segurança contra incêndio. Ela precisa ser acompanhada de:
- Treinamentos de evacuação
- Equipamentos de combate ao fogo funcionando
- Alarmes sonoros e visuais
- Manutenções regulares
Quando todos esses elementos trabalham juntos, a segurança aumenta muito.
Quanto custa implementar uma sinalização de incêndio eficiente?
O custo pode variar bastante, dependendo do tamanho do local, número de placas e materiais escolhidos. Em geral:
- Placas simples de PVC podem custar entre R$ 10 e R$ 30
- Placas com fotoluminescência de alta durabilidade variam de R$ 40 a R$ 100
- Projetos completos com instalação em empresas especializadas podem começar em R$ 1.500, chegando a mais de R$ 10 mil em grandes prédios
Apesar do investimento inicial, o custo é baixo comparado à segurança proporcionada.
Sinalização de incêndio em prédios antigos: o que fazer?
Prédios antigos costumam ter deficiências na sinalização. Nesses casos, é necessário:
- Contratar um profissional para avaliar o local
- Adequar as placas à norma vigente
- Observar se as rotas de fuga estão desobstruídas
- Atualizar o projeto junto ao Corpo de Bombeiros
Em alguns estados, inclusive, o AVCB só é emitido se essas adaptações forem feitas corretamente.
Crédito imagem – https://www.pexels.com/